JOEL LEONARDO E A DOENÇA CRÔNICA DA JUSTIÇAEFIGÉNIA LIMA E O REINO DA CANDONGA

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Há males que nem o tempo cura. E no coração da Justiça angolana, o vírus tem nome, sobrenome e ramificações profundas. Joel Leonardo transformou o Tribunal Supremo num verdadeiro mercado informal da ética, um bazar de favores e contratos, onde a toga já não simboliza a honra, mas o bilhete de acesso à impunidade.


POR: EPUMUMU

De juiz-presidente, ele passou a carteleiro-mor da Justiça, trocando a seriedade republicana por um comportamento típico de candongueiro institucional.
Os corredores do Supremo, antes templos do Direito, viraram bancas de feira, onde se negoceia tudo: da assinatura ao silêncio.

Mas Joel nunca trabalhou sozinho. As sombras que o acompanhavam ainda ecoam nos gabinetes, e uma delas atende pelo nome de Efigénia Lima, actual Vice e Presidente interina do Tribunal Supremo.
Durante o reinado do “monarca Joel”, Efigénia foi o braço alongado do chefe: supervisionava áreas sensíveis, assinava o que era preciso assinar e, sobretudo, aprendeu o ofício da candonga institucional.

Hoje, com a queda simbólica do “rei”, ela surge como pretensa herdeira do trono, movida não por patriotismo, mas por ambição tardia.
Ironia das ironias, com 70 anos à porta, quando a Constituição manda o juiz repousar na jubilação, Efigénia sonha com sete anos de reinado no topo da Justiça.

Será ilusão ou insulto à inteligência do povo?
Como pode alguém que, por lei, deveria preparar a aposentadoria, gastar energia em campanhas internas, distribuindo favores e promessas em busca de votos?
O que move uma mente assim, o dever, ou a gula pelo poder?

A resposta está no espelho da própria instituição.


No Tribunal Supremo, a justiça continua a perseguir os ladrões de galinhas, enquanto os donos do galinheiro viajam impunes em jatos de contratos públicos.


Enquanto o pobre é julgado por roubar um pão, o poderoso é absolvido por roubar o país inteiro.

A “nova administração” de Efigénia Lima promete ser a continuação da doença, não o tratamento.


Já se fala em substituição de contratos de serviços, numa tentativa de instalar as empresas de conveniência da sua própria família, lá “além-mar”.


Nada de novo: a justiça em Angola parece um negócio familiar, um balcão de negócios públicos com logotipo privado.

Joel Leonardo deixou um rastro de destruição, gestão danosa, nepotismo, tráfico de influências, e, no entanto, nada de estruturante foi feito para reverter o caos.
As mesmas câmaras continuam ocupadas há mais de seis anos, os mesmos vogais há oito, e os mesmos “consiglieri” mantêm escritórios entregues às filhas.
Casos como Raul Rodrigues,a (noiva) Teresa Marcal e Cavuquila são apenas a ponta visível de um iceberg chamado corrupção institucionalizada.

O Tribunal Supremo converteu-se num reino sem rei justo, onde quem devia aplicar a lei, vive a driblá-la.
E enquanto a Constituição dorme nas prateleiras, a ética morre no chão das audiências.

Em qualquer país sério, o 27 de Setembro de 2025 teria sido o marco de uma nova era, a data simbólica da renúncia forçada de Joel Leonardo e do renascimento da Justiça.
Mas aqui, o que se viu foi o contrário, o prolongamento da enfermidade.
A doença da Justiça angolana não é cardíaca, é mental.

Preparam-nos agora para um novo capítulo trágico: uma juíza que desafia a própria idade da lei, uma aerokota de 70 anos a candidatar-se para governar o Supremo, como se o tempo e a Constituição fossem meras formalidades descartáveis.


Teremos decisões proferidas por quem já deveria descansar, acórdãos que violarão a CRA e esmagarão o cidadão, este mesmo que paga impostos e ainda acredita na ilusão da Justiça.

Nada mudará enquanto a Justiça continuar a servir o estômago e não a consciência.
E quando a toga se confunde com o avental da candonga, o país mergulha no abismo da injustiça.

O que nos resta, pois, é levantar a voz, não por ódio, mas por amor ao que ainda resta de nação.


A hegemonia da arrogância deve ser desafiada, porque a Justiça de Joel e Efigénia é uma chaga aberta no corpo da República.


E enquanto os “donos da lei” continuarem a violá-la, o povo continuará a sangrar em silêncio.


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