O PREDESTINADO (HC) CAI NA TRINCHEIRA DE COMBATE À CORRUPÇÃO

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O conhecido nosso Fradique de Menezes da política angolana, o cidadão HC, caiu na trincheira do combate à corrupção, programa sufragado nas eleições gerais de 2017 e 2022. Sobre isso não haja dúvida: o cidadão HC apresenta sinais claros que justificam investigação, pela acumulação de riquezas do Norte ao Sul, e do Lobito ao Luau, no Moxico, como se o país lhe pertencesse de ponta a ponta.


POR VOZES DO MUSSEQUE

Há cerca de duas semanas, HC lançou um projeto de plantio de mandioca, depois de acumular uma grande fortuna patrimonial e financeira. A narrativa de perseguição política não encontra sustentação. Os crimes económicos não prescrevem tão facilmente, portanto pouco importa se foram cometidos em 2010, 2015 ou 2019. Não prescreveram, e o Ministério Público deve ir ao encalço das práticas criminais em toda a linha.

A questão central é simples: HC merece ou não ser investigado? A resposta é clara, correta e assertiva. Merece ser investigado pela riqueza acumulada ao longo dos anos. HC não herdou nada, porque até o seu país natal era o mais pobre de Calulu. Não há registo de que tenha sido um grande magnata na região. A teoria da fraca memória e do pouco esforço intelectual leva alguns servidores públicos a alimentar a ideia de perseguição política, mas crimes de corrupção, sobretudo peculato, são crimes graves que atentam contra o bem público.

HC deve reconhecer a sua própria conduta no manejo do pecúlio público, e não atribuir a terceiros factos que são de sua inteira responsabilidade enquanto gestor da res pública. Uma coisa é certa: existem muitos outros HC espalhados pelo país. Cada tempo tem o seu tempo de Deus. Hoje é HC. Amanhã poderão ser outros. Em vez de espalhar justificações nas redes sociais, deveria preparar-se para se defender em tribunal.

HC não está sozinho. Outros que cometeram erros semelhantes na gestão pública podem seguir o mesmo caminho. Fernando da Piedade Dias dos Santos, cuja gestão na Assembleia Nacional não foi exatamente um sacerdócio, mantém o seu secretário-geral Nery. Bornito de Sousa enfrenta um inquérito relacionado à sua gestão no MAT. António Pitra Neto tem contas por esclarecer sobre a sua administração no Ministério do Trabalho e Segurança Social. Portanto não falem em perseguição. Falem antes em má gestão da coisa pública.

O Predestinado, agora caído nas malhas da PGR, não se livrará tão cedo da condição de arguido. Outros processos poderão surgir, tal como aconteceu com Vale e Azevedo, antigo presidente do SLB, que cada vez que saía do tribunal encontrava uma nova acusação que o levava de volta à cadeia.

HC não é o Muata da Paz, como alguns querem fazer crer. Este é o Muata da intolerância política, alguém que financiava agressões contra militantes da UNITA na Ngalanga desde há muito tempo, e disso podem falar os participantes da CPI. Hoje pisca o olho à UNITA por interesses políticos momentâneos.

É necessário encorajar a PGR a avançar com os inquéritos adequados que permitam produzir provas dos crimes de que HC é acusado. O país precisa de respostas claras e de responsabilização firme. Não pode haver espaço para impunidade na gestão da coisa pública.


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