Activista Gangsta anuncia greve nacional contra a fome

O activista angolano, Nelson Dembo, mais conhecido por Gangsta, convoca uma manifestação pacífica para o dia 4 de Abril deste ano, um período em que se comemora também os 23 anos da paz em Angola, com finalidade de protestar contra a fome.
De acordo com o documento a que o Factos Diários teve acesso, esclarece que a luta pela verdadeira independência de Angola, pela liberdade, pela democracia e pelos direitos humanos, começa agora, por compreender, por um lado, que “o futuro de Angola não será mais decidido por um Governo que se recusa a ouvir seu povo. O protesto pacifico de hoje é um símbolo da nossa determinação em criar um pais melhor, onde todos os angolanos, independentemente de sua origem ou ideologia, possam viver em paz e prosperidade. É hora de colocar um ponto final na era de corrupção e opressão e começar uma nova etapa de verdadeira liberdade e justiça para todos”.
PARTE DO DOCUMENTO
Ao chegarmos aos 50 anos de independência, é hora de refletirmos sobre o que realmente conquistamos como nação.
O que deveria ser um marco de celebração pela liberdade e pela construção de um futuro próspero, tornou-se, na verdade, um lamento por um futuro frustrado e por um presente de retrocessos. Durante cinco décadas, Angola foi governada por um sistema que prometeu justiça, igualdade e desenvolvimento, mas entregou corrupção, repressão e miséria para o seu povo.
O governo de João Manuel Gonçalves Lourenço e o partido no poder, o MPLA, têm conduzido o país por um caminho de autoritarismo e desmando, levando-nos a uma situação onde a independência não trouxe vantagens, mas sim desvantagens que permanecem visíveis em todos os aspectos da vida dos angolanos. A população de Angola, tanto no país quanto na diáspora, não pode mais continuar em silêncio. Chegamos ao limite.



A manifestação popular que estamos propondo, com o simples, mas forte gesto de bater panelas e pratos por duas horas, tem como objetivo repudiar abertamente o governo, a falta de governança, a corrupção e o autoritarismo que têm dominado o país.
Em um ato simbólico de resistência, pedimos a todos os angolanos que se unam nesse protesto pacífico, mas poderoso, para fazer ecoar as nossas vozes contra um regime que, após 50 anos de independência, falhou em trazer a verdadeira liberdade, dignidade e prosperidade para a população.
A Farsa da Independência: 50 Anos Sem Progresso Real Angola, aos 50 anos de sua independência, se vê refém de um governo que, ao invés de promover a paz e o desenvolvimento, perpetua o medo, a repressão e a desigualdade.
O que poderia ter sido um exemplo de progresso e transformação para a Africa tornou-se um cenário de desigualdade social, onde os recursos naturais do país são saqueados por uma elite politica corrupta, enquanto a grande maioria da população vive na pobreza.
A promessa de uma Angola independente e próspera foi substituída por um governo que ainda se comporta como uma ditadura, controlando as liberdades individuais, sufocando a oposição e ignorando as necessidades mais básicas do povo.
A falta de reconciliação nacional, a ausência de um verdadeiro diálogo político e a marginalização das vozes dissidentes criaram um clima de polarização e desconfiança. Angola continua dividida, e o governo atual, assim como os anteriores, prefere manter essa divisão do que buscar uma verdadeira união.
A reconciliação nunca aconteceu, e a paz social permanece frágil, com a população vivendo em um clima de tensão constante. O Governo de Lourenço: Autoritarismo e Falta de Transparência João Lourenço, que chegou ao poder prometendo mudanças, tem demonstrado uma governança marcada pela falta de transparência, autoritarismo e controle absoluto do poder.
Sua administração não fez mais do que perpetuar as práticas de corrupção e abuso de poder que marcam o regime do MPLA há décadas. As promessas de reforma foram vazias, e o que vemos é uma liderança que age nas sombras, sem prestar contas ao povo.
A falta de uma governança sólida e democrática, com instituições que realmente funcionem para o bem da população, só tem aumentado a desconfiança e a insatisfação.