CADA CABEÇA, SUA SENTENÇA.O momento exige uma profunda auditoria na AGT.
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Nas últimas semanas, a Administração Geral Tributária (AGT) tem merecido destaque pelas piores razões. Vários funcionários seniores foram detidos alegadamente envolvidos num esquema fraudulento de reembolsos de IVA, falsidade informática, associação criminosa e peculato, entre outros.
Diante dos factos, tem faltado coerência e ponderação na abordagem dos factos. Como resultado, o princípio “cada cabeça, sua sentença” tem sido negligenciado, ao ponto de se colocar tudo e todos no mesmo “saco”, incluindo a titular da pasta das Finanças do país.
Não devemos ter memória curta, muito menos embalar gratuitamente para uma onda de linchamento de carácter, por motivos inconfessos. O momento exige uma profunda auditoria na AGT.
A sociologia do trabalho, no contexto angolano, já demonstrou que em vários ambientes laborais surgem “agentes do mal” que de forma deliberada e reiterada criam manobras para “fazer tombar o Chefe”.
Vera Daves (VD) é uma profissional que ostenta uma grande bagagem em matérias de economia e finanças, reconhecida pelo Banco Mundial, FMI, bem como nas instalações financeiras africanas. A primeira mulher a assumir a pasta das Finanças em Angola, aos 35 anos, implementou o saneamento das contas públicas e, gradualmente, continua a levar a cabo a reforma fiscal da economia angolana.
A ministra Vera acreditou piamente que iria reproduzir várias “Veras”, replicando a fórmula bem sucedida de onde Ela própria emergiu, apadrinhada pelos seus “Pais académicos”, os conceituados Professores Alves da Rocha, Manuel Nunes Júnior e Archer Mangueira. Foi a pensar no espírito multiplicador, que a também conhecida “Margareth Thatcher”, ou melhor, “Dama de Ferro” das finanças angolana apostou em jovens promissores no ministério que dirige. Para sua frustração, muitos deles falharam redondamente com o Estado angolano.
Portanto, a verticalidade da Ministra VD ficou patente quando disse “basta” à casa civil devido as sucessivas contratações simplificadas, vulgo ajustes diretos. A sua coragem e bravura levou-lhe, ainda, a travar um braço de ferro com o seu confrade Ricardo de Abreu, quando colocou um travão na compra de prédios milionários para o Ministério dos Transportes, em 2022.
Outra medida que permitiu VD ganhar mais “inimigos de estimação” foi quando fechou as torneiras ao 1º de Agosto, disponibilizando apenas 200 milhões de kwanzas/mês, contrariando o desejo da direcção do Clube Militar, que “exigia” mensalmente 800 milhões de kwanzas.