DEPUTADOS REPUDIAM ACTOS DE VANDALISMO E APELAM À PRESERVAÇÃO DA PAZ

Por solicitação dos Grupos Parlamentares do MPLA e da UNITA, a ordem do dia da 7.ª Reunião Plenária Extraordinária da 3.ª Sessão Legislativa da V Legislatura foi alterada, tendo sido aprovado, com 187 votos, no início dos trabalhos, a introdução de um debate para reflectir sobre convulsões socias , actos de vandalismo e arruaça, que motivaram os recentes acontecimentos registados no país, devido ao anúncio de greve da Associação de Taxistas de Angola e, consequente, paralisação destes meios de transporte.
REDAÇÃO-FD
O Grupo Parlamentar do MPLA pronunciou-se sobre os actos de vandalismo e arruaça ocorridos nos dias 28, 29 e 30 de julho em algumas províncias, condenando veementemente os incidentes e classificando-os como atentados à ordem pública e à estabilidade social.
Apelou à actuação firme das autoridades competentes, no estrito cumprimento da lei, para responsabilizar os autores e preservar a paz e a coesão nacional.
Já a Grupo Parlamentar da UNITA chamou a atenção para as causas e efeitos das convulsões sociais registadas entre 28 de julho e 1 de agosto deste ano, bem como a apresentação de soluções e recomendações para prevenir idênticos actos.
Referiu que as convulsões afectaram as províncias de Luanda, Malanje, Huambo, Huíla, Benguela, Cuanza Sul e Bengo, na sequência da paralisação dos serviços de táxi, por causa do aumento do preço do combustível.

De acordo com dados oficiais, os incidentes provocaram mais de 30 mortos, incluindo um oficial da Polícia Nacional, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções, além de destruição de bens públicos e privados.
DIÁLOGO E RESPEITO PELA VIDA
No período de debate, os deputados foram unânimes no apelo à preservação da paz e repudiaram com veemência os actos de vandalismo, que provocaram mortes e ferimentos de pessoas, destruição de bens públicos e privados e colocaram em causa a segurança pública.
Para o vice-presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Vigílio Tyova, o debate visou fundamentalmente reafirmar que Angola não aceitará a violência e a desordem como instrumentos de mudança. “O nosso caminho será sempre o do diálogo, da lei e do respeito pela vida”, clarificou.
“Nenhum angolano deveria ver a sua existência interrompida por actos de violência que nada constroem, mas tudo destroem. Que a lembrança da sua inocência e a dor da sua ausência sejam um apelo permanente para que defendamos, com firmeza, a paz e a segurança, como bens sagrados e inegociáveis”, lamentou o deputado Vigílio Tyova.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, condenou as arruaças nas ruas e considerou que faltou diálogo entre a associação de taxistas e o Executivo para a resolução das divergências.
Por sua vez, a presidente do Partido Humanista de Angola, Florbela Malaquias, alertou para a união, a paz e a estabilidade social. Na sua óptica, a Polícia Nacional deve preservar a vida humana e encorajou o exercício do direito à manifestação de forma pacífica e ordeira.
De referir que o colectivo de deputados manifestou solidariedade às famílias das vítimas dos actos de vandalismo ocorridos no passado mês de julho.
Em jeito de remate, a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, reiterou o apelo ao diálogo e ao respeito pela pluralidade de opiniões.
Lamentou as perdas humanas e materiais, tendo defendido os valores da democracia e o respeito pelas instituições públicas e políticas legitimamente instituídas.