Diálogo de alto nível em Nova Iorque destaca o potencial transformador do Corredor do Lobito para o futuro Económico de África
No dia 19 de maio de 2025, o The Jerusalem Post organizou uma discussão exclusiva de alto nível no The Pierre Hotel, em Nova Iorque, destacando o impacto transformador do Corredor do Lobito, um dos mais ambiciosos projectos de comércio e infraestrutura de África.
REDAÇÃO-FD
O evento reuniu distintos painelistas e líderes institucionais para explorar como os investimentos estratégicos no Corredor do Lobito podem redefinir o desenvolvimento regional e desbloquear um crescimento inclusivo em Angola, na República Democrática do Congo (RDC) e na Zâmbia.
Moderado por Zvika Klein, Editor-Chefe do The Jerusalem Post, o painel contou com a presença de:
Armando Manuel, Presidente do Fundo Soberano de Angola (FSDEA)
Haim Taib, Fundador e Presidente dos Grupos Mitrelli e Menomadin
Muyangwa Muyangwa, Director-Geral da Autoridade do Regime Nacional de Pensões da Zâmbia (NAPSA, sigla em inglês)
COLABORAÇÃO ESTRATÉGICA PARA PROSPERIDADE PARTILHADA
O evento destacou o papel crescente dos fundos soberanos e fundos de pensões africanos na redução do défice de financiamento de infraestrutura no continente. O Sr. Muyangwa sublinhou como instituições como a NAPSA estão a investir cada vez mais em classes de ativos alternativos, citando projectos recentes na Zâmbia que somam mais de mil milhões de dólares. ‘Nunca houve um momento melhor para investir em África’, afirmou, acrescentando que os investidores institucionais africanos estão agora a convidar ativamente o capital global a unir-se em prol do desenvolvimento de longo prazo.
O Presidente do FSDEA, Armando Manuel, falou sobre o papel redefinido dos fundos soberanos na construção de uma nova ordem económica global. ‘No FSDEA, não somos apenas detentores passivos de capital. Co-investimos estrategicamente para impulsionar o crescimento regional e a estabilidade económica global’, disse Manuel. ‘O Corredor do Lobito é um catalisador para o desenvolvimento inclusivo, especialmente através de modelos de cooperação Sul-Sul que alavancam o capital local e atraem parceiros globais.’
CORREDOR DO LOBITO: DA INFRAESTRUTURA AO IMPACTO
O ponto central da discussão foi o Corredor do Lobito, um desenvolvimento de infraestrutura multimodal de 1.400 quilómetros que liga o Porto do Lobito, em Angola, às zonas ricas em minerais da Zâmbia e da RDC. O Sr. Haim Taib, que lançou recentemente, em parceria com o FSDEA e a NAPSA) uma Plataforma de Desenvolvimento de Impacto do Corredor do Lobito, no valor de mil milhões de dólares, declarou: ‘Isto é mais do que uma rota comercial – é uma linha de vida para mais de 40 milhões de pessoas. Estamos a investir em agricultura, indústria farmacêutica, telecomunicações e tecnologia para criar empregos e aumentar a produtividade na região.’
Todos os três painelistas concordaram sobre a importância de um planeamento centrado nas pessoas. Desde o turismo transfronteiriço até cadeias de valor integradas nos sectores agroindustrial e energético, o Corredor do Lobito está a ser desenvolvido não apenas como um projecto logístico, mas como uma espinha dorsal económica para o crescimento continental no âmbito da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA).
UMA NOVA ERA DE INVESTIMENTO E COOPERAÇÃO
À medida que os governos se alinham com investidores privados para garantir estabilidade regulatória, segurança de capital e supervisão estratégica, o Corredor do Lobito emerge como modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo. ‘Trata-se de estradas, caminhos-de-ferro e eletricidade – mas, mais do que isso, trata-se de empregos, oportunidades e transformação’, concluiu o Armando Manuel.
