Luís Lopes Perreira toma posse como Presidente da ARCOMOC e destaca impacto económico do sector dos combustíveis
Maputo — Luís Lopes Perreira foi empossado como novo Presidente da Associação dos Retalhistas de Combustíveis de Moçambique (ARCOMOC), sucedendo a Nelson Mavimbe. Durante a cerimónia de tomada de posse, Pereira destacou o papel estratégico do setor dos combustíveis na economia nacional e o compromisso da organização em fortalecer a cadeia de abastecimento no país.
No seu discurso, o dirigente afirmou que a ocasião simboliza “mais do que uma gala”, representando “o compromisso de um setor que opera sem interrupções, garantindo mobilidade, energia e desenvolvimento para milhões de moçambicanos”.
SETOR EMPREGA MAIS DE 22 MIL TRABALHADORES
Segundo Perreira, o país conta com mais de 900 postos de abastecimento distribuídos por todas as províncias, empregando, em média, 25 trabalhadores por posto — um total superior a 22.500 empregos diretos.
Em termos operacionais, cada posto movimenta cerca de 120 mil litros de combustível por mês, conforme o estudo submetido em 2023 sobre revisão de margens.
O novo presidente sublinhou que Moçambique depende integralmente da importação de combustíveis líquidos e GPL, cujos custos anuais ultrapassam mil milhões de dólares. A cadeia, disse, envolve logística, armazenagem, transporte marítimo e terrestre, bem como o abastecimento de setores estratégicos como aviação, indústria e mobilidade urbana.
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIB NACIONAL
Perreira referiu ainda que mais de 6% do PIB está ligado à indústria extrativa e ao comércio de combustíveis, contribuindo diariamente para o financiamento de serviços públicos como estradas, escolas e hospitais.
A ARCOMOC celebrou também o percurso iniciado em 2 de abril de 2004, quando 11 fundadores criaram a então ARCO SUL, base para a atual estrutura nacional. “Hoje reafirmamos: somos mais do que uma associação. Somos uma plataforma que une empresários, representa comunidades e defende empregos”, afirmou.
DESAFIOS E PRIORIDADES DO NOVO MANDATO
Entre os principais desafios enfrentados pelos retalhistas, Pereira apontou:
- dificuldade de acesso a divisas;
- discrepâncias injustificadas nas descargas de combustível;
- prazos contratuais que prejudicam o retorno do investimento;
- falta de linhas de financiamento ajustadas às margens reguladas;
- necessidade de reforçar a oferta das lojas de conveniência para maior rentabilidade.
O plano de direção contempla o fortalecimento das delegações provinciais e a digitalização dos sistemas de gestão, promovendo eficiência e transparência.
RELAÇÃO COM O GOVERNO E EXPECTATIVAS DE FINANCIAMENTO
Perreira reiterou que a colaboração com o Governo continuará a ser prioritária, apelando à implementação rigorosa das regras do mercado. A ARCOMOC saudou ainda as iniciativas do Programa Quinquenal 2025–2029, incluindo a criação do Banco de Desenvolvimento, da Caixa Económica e de um Fundo de Desenvolvimento Económico Local, que poderão facilitar o financiamento do empresariado nacional.
MODERNIZAÇÃO E BOAS PRÁTICAS
O novo presidente destacou o empenho na capacitação dos associados, na modernização das lojas de conveniência e na introdução de métodos de pagamento inovadores. Comprometeu-se igualmente a reforçar as práticas de segurança operacional, a proteção ambiental e as condições de trabalho dos colaboradores.
“Reafirmamos o nosso compromisso com a união, a inovação, a responsabilidade social e o crescimento sustentável”, concluiu.
PRESENÇAS NA CERIMÓNIA
A cerimónia contou com a presença da Diretora Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, do Presidente do Conselho de Administração da ARENE, de Diretores-Gerais das Distribuidoras de Combustíveis, do Secretário de Estado da Indústria e Comércio e de representantes da CTA.