MINHAS MEMÓRIAS SOBRE A FRAÇÃO CHIPENDA

OPINIÃO
Anónimo
Depois da chamada Revolta do Leste registada no seio do MPLA em 1973, Chipenda deixou o movimento de libertação e fundou a Revolta do Leste com uma parte dos guerrilheiros do MPLA.
Aquela que passou a ser designada também de Fração Chipenda, recebeu ajuda dos governos da Zâmbia e da África do Sul, mas após os acontecimentos do dia 25 de Abril em Portugal (Revolução dos Cravos), a queda do regime facista de Salazar e Marcelo Caetano.
Com o Acordo de Alvor assinado a 15 de Janeiro de 1975 entre os três movimentos de libertação nacional, FNLA, MPLA e UNITA, cada um dos movimentos de libertação nacional estabeleceu o seu programa de ação e o calendário de instalação das suas sedes em Luanda, capital do país.
A primeira delegação dos 3 movimentos de libertação nacional a chegar a Luanda foi da FNLA, no dia 16 de Outubro de 1974 com Henrick Vaal Neto, Afonso Milton, Manuel André Miranda e Miguel João.
A delegação do MPLA, chegou à Luanda no dia 8 de Novembro de 1974, chefiada por Lúcio Lara.
A UNITA abriu a sua delegação em Luanda a 10 de Novembro de 1974 chefiada por Fernando Wilson dos Santos.
No dia 31 de Janeiro de 1975 Toma posse o Governo de Transição de Angola previsto pelos Acordos de Alvor.
As forças da Fração Chipenda foram expulsas de Luanda no dia 13 de Março de 1975 cerca de 37 dias depois da chegada a Luanda do Dr António Agostinho Neto.
No dia em que as FAPLA atacaram a sede da Fração Chipenda nos Combatentes (atual Bairro Comandante Valodia) e mais 2 pequenas delegações, uma das quais localizava-se no 1* Andar da antiga Farmácia Casa Branca (Bairro Santo Rosas), morreu o Comandante Valódia que dirigiu pessoalmente o ataque.
Quando no início de Agosto de 1975 as forças Sul-africanas invadiram Angola, iniciando a Operação SAVANNA em duas frentes, desde Santa Clara-Cunene e Cuangar-Kuando Cubango, as forças que entraram no eixo Ondangwa-Namibia, pela fronteira do Cunene dirigiram-se para Ondjiva e depois Lubango, e as forças da segunda frente entraram a partir do Rundu-Namibia e desde Cuangar dirigiram-se para Caiundo e Menongue-Chitembo-Cachingues para depois dividirem-se em 2 Frentes, sendo uma em direção ao Cuito-Bié e Luso (Luena) e outra para Nova Lisboa (Huambo).
Na altura a Fração Chipenda já estava completamente desestruturada e as suas forças encontravam-se totalmente desintegradas e sem direção.
Para confirmação de alguns dados sobre a presença das Forças Sul-africanas (SAF) em Angola, consulte a página no Facebook, denominada WAR IN ANGOLA, da Associação Sul-africana dos Veteranos da guerra em Angola, na qual publicam diariamente informações, episódios e ocorrências das SAF, incluindo dados importantes sobre o seu vínculo com a UNITA e as operações militares realizadas em Angola desde a luta armada de libertação nacional pelos movimentos de libertação e a sua extensão a partir da invasão direta a Angola em 1975 e os apoios direto a UNITA no combate contra as FAPLA e o PLAN/SWAPO, até a saída da última unidade militar das suas Forças Armadas do território da Namíbia para Pretoria no dia 9 de Maio de 1989 que denominaram OPERAÇÃO MERLIN.
A foto abaixo de Jonas Savimbi e Piter Bhota na Jamba em 1977 é uma prova do vínculo histórico que o Regime do Aparthaid da Africa do Sul mantinha com a UNITA desde antes da proclamação da Independência de Angola.