Presidente da União Africana manifesta preocupação com exclusão de África no Conselho de Segurança da ONU

A 7.ª Cimeira do Comité de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, dedicada à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, decorreu hoje, 22 de Setembro de 2025, à margem da 80.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, Estados Unidos. O encontro reuniu líderes africanos com o propósito de reforçar a posição comum do continente em torno da necessidade de maior representatividade e voz nas instâncias decisórias globais, num contexto em que a reforma do órgão continua a ser uma das mais antigas reivindicações do bloco.
Na ocasião, o Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, manifestou preocupação com a ausência de avanços concretos, sublinhando que “quase ou nada se fez” para responder às aspirações dos povos africanos. O estadista lembrou que, apesar de o continente representar mais de 1,4 mil milhões de pessoas, cerca de 17% da população mundial, e ocupar quase um terço dos assentos da Assembleia Geral, África continua excluída da tomada de decisões centrais no Conselho de Segurança.
João Lourenço reforçou a exigência de que a reforma contemple a atribuição de, pelo menos, dois assentos permanentes para África, com plenos direitos, incluindo o poder de veto, enquanto este existir, e cinco assentos não permanentes adicionais. Sublinhou, ainda, que tal medida é essencial para garantir uma representação justa e equitativa, corrigindo uma injustiça histórica, e permitindo que o continente deixe de ser apenas objecto das deliberações do Conselho para passar a ser sujeito activo das decisões que impactam o seu destino.