Representantes de países de língua portuguesa elogiam compromisso da China com igualdade de gênero

Beijing, 14 out (Xinhua) — Com o início da Reunião Global dos Líderes sobre Mulheres em Beijing na segunda-feira, a atenção do mundo se voltou para a China. Trinta anos depois de defender a agenda global de igualdade de gênero por meio da Declaração de Beijing e Plataforma para Ação, o país está dando nova vida à causa mundial das mulheres por meio de práticas tangíveis.
POR CORRESPONDENTE ZHU YILIN
No evento, altas representantes dos países de língua portuguesa enaltecem o papel fundamental da China na promoção dos direitos das mulheres e na implementação da Declaração de Beijing e da Plataforma para Ação. As intervenções destacam a cooperação e o alinhamento de visões sobre o empoderamento feminino.
A ministra do Trabalho, Gênero e Ação Social de Moçambique, Ivete Alane, congratulou o governo chinês pela organização do evento. “Esta conferência demonstra, mais uma vez, o compromisso que a China tem para com os direitos da mulher”, afirmou ela.
Segundo Alane, “para nós, de Moçambique, todos os temas em debate são bastante relevantes, muito ligados à Declaração e à Plataforma para Ação e estão alinhados com os nossos compromissos nacionais”.
Este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Moçambique. Nos últimos 50 anos, a cooperação entre a China e Moçambique produziu resultados notáveis. A Ponte Maputo-Katembe tornou-se um projeto emblemático da cooperação bilateral. O projeto Wanbao impulsionou a modernização da agricultura e o aumento da renda dos agricultores na Província de Gaza. Além disso, o projeto Coral Norte de Gás Natural Liquefeito, com participação da China National Petroleum Corporation, deu novo impulso ao desenvolvimento energético de Moçambique.
Em Moçambique, a maioria das mulheres atua no setor agrícola, no qual mais de 80% delas participam ativamente. A ministra moçambicana salientou ainda que a cooperação com a China tem contribuído diretamente para “o aumento da produtividade agrícola e da renda das mulheres” no seu país.
Joana Tomás, secretária-Geral da Organização da Mulher Angolana, reforçou a natureza da parceria com a China no seu discurso, indicando que a relação entre a China e Angola “sempre contou com o espírito de irmandade, cooperação e respeito mútuo”.
Tomás enfatizou que é preciso estar unida, fortalecer leis e serviços de proteção e promover o combate eficaz contra todas as formas de violência a fim de erradicar a pobreza feminina, aumentar a proteção social e os serviços públicos e garantir condições dignas de trabalho. “Estamos longe de atingir a plena igualdade de gênero”, destacou ela.
Susan Kleebank, secretária para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, focou nas oportunidades concretas de cooperação futura. “A China tem sido uma parceira fundamental do Brasil em agendas de desenvolvimento inclusivo. Esperamos que essa cooperação se aprofunde, com apoio técnico e financeiro a programas que fortaleçam o papel das mulheres em áreas estratégicas, como economia sustentável e transição energética. O intercâmbio de boas práticas e o diálogo entre ministérios e organizações femininas são meios eficazes para transformar compromissos multilaterais em resultados concretos”, apontou ela.
Segundo ela, o Brasil e a China podem cooperar em temas como empreendedorismo feminino, inclusão digital e formação profissional. “Também podemos promover parcerias entre universidades e centros de pesquisa voltadas à liderança feminina e à inovação”.
Ela afirmou que “a China tem contribuído de forma significativa para a agenda global de gênero. Seu compromisso com a implementação da Plataforma para Ação é reconhecido, assim como os avanços na educação e na saúde das mulheres. A presença de empresas chinesas no Brasil gera oportunidades para mulheres em setores de tecnologia, energia e infraestrutura. A China tem sido uma parceira vital para avançar nessa agenda também nos fóruns internacionais, como por exemplo nas presidências do Brasil no G20, em 2024, e no BRICS.” Fim