VISITA DE ZUMA A MARROCOS: Um passo ousado rumo à unidade africana e uma resolução justa no Sahara Ocidental

Em um gesto que muitos observadores consideram histórico, o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma fez uma visita oficial ao Marrocos no início deste mês, onde endossou pública e inequivocamente o Plano de Autonomia do Reino para o Sahara. Longe de ser um gesto simbólico, a acção de Zuma reflecte um crescente consenso africano e internacional: a iniciativa marroquina é o único caminho realista e confiável para resolver a longa disputa sobre o Sahara Ocidental.
REDAÇÃO-FD
UM GESTO VISIONÁRIO ENRAIZADO NO REALISMO
Durante sua estadia em Rabat, Zuma, acompanhado por altos funcionários do seu partido, o MK, reuniu-se com autoridades marroquinas e expressou claro apoio à soberania marroquina sobre o Sahara. Seu partido divulgou um documento oficial intitulado “Parceria Estratégica para a Unidade Africana, Emancipação Económica e Integridade Territorial”, afirmando que o Sahara Marroquino é uma realidade histórica e legítima e que o Plano de Autonomia representa uma solução justa e duradoura para toda a região. Essa medida rompe com as políticas ultrapassadas do passado e destaca a capacidade de Zuma de enxergar além das rígidas divisões ideológicas. Em vez de se apegar à retórica da Guerra Fria, Zuma demonstrou a coragem de abraçar uma solução baseada em compromisso, coexistência e desenvolvimento.
O PLANO DE AUTONOMIA MARROQUINO: UM MODELO PARA A PAZ REGIONAL
O Plano de Autonomia do Marrocos, submetido pela primeira vez às Nações Unidas, em 2007, oferece às províncias saharianas autonomia substancial dentro da soberania marroquina. Ele prevê um governo eleito localmente, instituições legislativas e independência judicial, tudo sob garantias constitucionais.Marrocos
Marrocos manteria a autoridade sobre questões soberanas essenciais, como defesa e relações exteriores, em consonância com modelos de autonomia internacionalmente reconhecidos. Esta iniciativa não é teórica — já está sendo implementada por meio de amplos investimentos em infraestrutura, educação e saúde em Laâyoune, Dakhla e outras províncias do sul. Essas regiões tornaram-se símbolos de integração bem-sucedida e desenvolvimento inclusivo, recebendo elogios de observadores em todo o mundo.
APOIO DE ZUMA: UM PONTO DE VIRADA?
O apoio de Zuma pode marcar o início de uma mudança estratégica na posição da África do Sul. Enquanto o partido no poder, o Congresso Nacional Africano (CNA), continua a apoiar a agora isolada Frente Polisário e a não reconhecida República Árabe Saharaui Democrática (RASD), a posição do Partido MK está enraizada na realpolitik e na cooperação africana.
Muitos na África e no exterior acreditam agora que é hora de a África do Sul reavaliar sua posição ultrapassada e alinhar-se ao Marrocos — um país que retornou à União Africana e demonstrou consistentemente seu compromisso com a solidariedade continental, a estabilidade e o respeito mútuo.
CRESCENTE CONSENSO INTERNACIONAL
O apoio de Zuma alinha-se a uma posição global cada vez mais unificada. Nos últimos anos, uma onda de reconhecimento internacional elevou o Plano de Autonomia ao status de estrutura mais confiável, séria e realista para a paz. Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido — três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — endossaram oficialmente o plano do Marrocos. Dezenas de países em África, América Latina e Caribe retiraram o reconhecimento da RASD.
Até mesmo nações antes alinhadas à Polisário mudaram de rumo, como Quénia, Gana e Panamá. Isso mostra que a maré da diplomacia internacional mudou. O mundo não mais apoia ilusões separatistas ou estagnação política. Em vez disso, há o reconhecimento de que o plano de Marrocos oferece dignidade, estabilidade e prosperidade — não apenas para as populações saharianas, mas para toda a região.
O MOMENTO DE CLAREZA DA ÁFRICA
Ao apoiar a iniciativa marroquina, Zuma colocou-se do lado certo da história africana. Em vez de alimentar conflitos intermináveis, optou pelo diálogo, pela cooperação e pela unidade. Sua visita envia uma mensagem clara: a África não deve mais ser um continente dividido por resíduos ideológicos do passado. Em vez disso, deve adoptar soluções soberanas que priorizem a paz, o desenvolvimento e o bem-estar dos povos africanos. É exatamente isso que Marrocos tem defendido — por meio de seu investimento em infraestrutura sahariana, sua abertura à negociação sob os auspícios da ONU e suas crescentes parcerias em todo o continente. Rabat deixou claro que o futuro de África reside em soluções lideradas por africanos, enraizadas na legitimidade, no respeito à integridade territorial e na governança inclusiva.
UM APELO POR UMA VOZ AFRICANA COMUM
A visita de Zuma também reflecte os crescentes apelos por uma voz africana unificada sobre esta questão — uma voz que reconheça as realidades práticas no terreno e a necessidade urgente de resolução. Prolongar o conflito não serve a ninguém. Apenas cria divisão e instabilidade, bloqueando a cooperação regional e minando o desenvolvimento no Sahel e além. O Reino de Marrocos abriu as portas para a reconciliação, o compromisso e a parceria. Ao apoiar o Plano de Autonomia, Zuma juntou-se às vozes da razão, do pragmatismo e da paz. Espera-se que outros no panorama político africano o sigam.
UMA VITÓRIA ESTRATÉGICA PARA MARROCOS — E PARA A ÁFRICA
A diplomacia paciente e progressista do Marrocos está agora a dar frutos. A sua abordagem clara e consistente em relação ao Sahara — combinando a integridade territorial com a abertura a uma autonomia significativa — provou que a paz é possível quando a visão encontra a acção. O Sahara já não é uma zona de estagnação; está a tornar-se numa ponte entre Marrocos, a África Subsariana e o resto do mundo.
CONCLUSÃO: UNIDADE POR MEIO DA LIDERANÇA
A visita de Jacob Zuma ao Marrocos não é apenas uma declaração política — é um chamado à acção. Ela desafia os líderes africanos a superar os impasses ideológicos do passado e a abraçar um futuro compartilhado baseado em parceria, soberania e justiça. O Plano de Autonomia Marroquino não é apenas um documento político; é um roteiro a ser seguido por todo o continente. À medida que a comunidade internacional continua a unir-se em apoio ao Marrocos e mais vozes africanas se juntam ao coro, chegou a hora de a África do Sul — e toda a África — reconhecer que a unidade deve ser construída com base na verdade, na visão e em uma liderança corajosa.
Artigo assinado por: Dr. Najib SOMOUE, chefe do Centro de Desenvolvimento Mediterrâneo (MEDEV)